A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.
Comissão confirmou que violações de direitos humanos ocorridas no 28º Batalhão de Caçadores serão objeto de apuração da CNV
O governador de Sergipe, Jackson Barreto, esteve hoje na Comissão Nacional da Verdade. Barreto pediu a inclusão do 28º Batalhão de Caçadores, localizado em Aracaju, entre as unidades militares que serão investigadas a respeito de abusos praticados em suas dependências durante o regime militar.
O batalhão foi palco da Operação Cajueiro, em fevereiro de 1976, na qual opositores do regime militar foram presos e torturados. Há relatos de estupro e um preso ficou cego em razão do uso de uma venda de borracha, afirma o governador.
Em função de suas atividades acadêmicas em São Paulo, o coordenador da CNV, Pedro Dallari, não estava em Brasília e o governador Barreto foi recebido pelo secretário-executivo adjunto da CNV, Marcus Lemos, e pelos assessores da CNV Daniel Lerner e Márcio Kameoka.
Lemos esclareceu que os dois relatórios da CNV sobre centros de tortura já divulgados ainda não são exaustivos pois são parciais e que o 28º Batalhão está entre as unidades militares utilizadas para tortura investigadas pela CNV e que, certamente, a Operação Cajueiro será mencionada no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, previsto para ser entregue em 10 de dezembro à Presidenta da República.
Barreto contou que, apesar de ter mandato de deputado estadual em 1976, foi tirado de uma sessão na Assembleia Legislativa e conduzido até o Batalhão por homens do Exército para ser acareado com um dos 19 presos na operação e que respondeu a um Inquérito Policial Militar. "Como tinha mandato eu não fui preso e torturado, mas vários companheiros foram", afirmou.
O governador disse ter procurado a CNV em nome do povo de Sergipe. Ele se emocionou ao relatar a tortura sofrida pelos presos e ao ler trechos do livro "Operação Cajueiro", de Paulo Lima. "Se eu ficasse calado, eu não ficaria em paz com a minha consciência", disse.
Ele também entregou dois livros que falam sobre o episódio à comissão: "A tutela militar em Sergipe", de Ibarê Dantas, e "Os ícones de um terremoto", de Paulo Barbosa de Araújo".
Barreto compareceu à CNV acompanhado dos secretários da Casa Civil, José Sobral, e da Fazenda, Jefferson Passos, e de Maurício Lima, chefe do Escritório de Representação do Estado de Sergipe em Brasília.
Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
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