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Comissão Nacional da Verdade inicia parceria com a Comissão Estadual da Verdade do RS

Comissão Estadual apresentou seu plano de trabalho e iniciou tratativas para fechar um termo de cooperação com a Comissão Nacional; Porto Alegre deve receber audiência da Comissão em 13 de novembro

A Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade do Rio Grande Sul tiveram hoje em Porto Alegre uma reunião de trabalho na qual os colegiados iniciaram as tratativas oficiais para uma cooperação entre ambas comissões. Como resultado do encontro, está prevista para 13 de novembro a realização de uma audiência pública conjunta para a assinatura da cooperação e colheitas de depoimentos de vítimas da repressão.

A advogada Rosa Cardoso, integrante da Comissão nacional, foi recebida por três membros da comissão gaúcha: o coordenador Carlos Frederico Guazzelli, a professora Celi Pinto e o desembargador Aramis Nassif. Participou da reunião com a CNV o secretário chefe da Casa Civil, Carlos Pestana Neto, representando o governo do Rio Grande do Sul.

No encontro, os membros da Comissão do Rio Grande do Sul apresentaram seu plano de trabalho à CNV. É dentro do plano de trabalho da Comissão Estadual que deve se estabelecer a cooperação entre os dois colegiados.

Na reunião também foi pré-agendada para 13 de novembro a realização de uma audiência pública da Comissão Nacional da Verdade em Porto Alegre. O evento será realizado em parceria com a Comissão Estadual e representantes da sociedade civil gaúcha, que se reuniram em seguida com Rosa Cardoso e os membros da Comissão Estadual para discutir o evento e a participação de familiares de mortos e desaparecidos e demais interessados no processo.

Segundo Rosa Cardoso, a Comissão Nacional ajudará a Comissão Estadual "a convocar pessoas e a obter documentos. Vamos trabalhar juntos e para que eles realizem seus trabalhos da melhor maneira possível, nós vamos emprestar os poderes da Comissão Nacional sempre que necessário."

"Os elementos colhidos pela Comissão Estadual serão repassados para a Comissão Nacional. Sempre que possível, queremos fazer visitas a locais de tortura e outros atos em parceria com a Comissão Nacional", afirmou o coordenador da Comissão gaúcha, Carlos Frederico Guazzelli.

OPERAÇÃO CONDOR – Além da reunião na segunda-feira, Rosa Cardoso, coordenadora do Grupo de Trabalho da Comissão Nacional da Verdade que investigará a Operação Condor, também esteve neste final de semana em Porto Alegre. Junto com o colaborador da Comissão, Luiz Cláudio Cunha, ela esteve reunida com Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, um dos maiores especialistas brasileiros sobre a cooperação que ocorreu entre as ditaduras do Cone Sul para sequestros e assassinatos de opositores.

Segundo Krischke, apesar de a aliança das ditaduras do Cone Sul ter oficialmente começado em 1975, ações ao estilo da Condor já aconteciam desde dezembro de 1970, quando ocorreram as primeiras ações conjuntas de dois ou mais países do bloco para sequestrar opositores.

De acordo com Rosa Cardoso, a pesquisa do GT da Comissão da Verdade que investiga a Condor se aprofundará nos próximos meses em arquivos no Brasil e no exterior. O grupo também pretende colher depoimentos de familiares de brasileiros que foram vítimas da operação e realizar a oitiva de Krischke em Brasília, ocasião em que ele entregaria formalmente documentos que tem sobre a Condor.

"O Rio Grande do Sul é estratégico para o trabalho do GT da Operação Condor, pois muitas das ações do plano foram concretizadas aqui", afirmou Rosa Cardoso.

Em Porto Alegre, Rosa também esteve reunida com o repórter especial de Zero Hora e mestre em História, Nilson Mariano, autor do livro-reportagem "Nas Garras do Condor", no qual relata o sequestro de seis argentinos no Brasil, e com Suzana Lisbôa,  da Comissão da Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.

 

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira 
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