Quarta, 07 de Novembro de 2012 às 10:54

Comissão Nacional da Verdade realiza seminário com historiadores no Rio

Primeiro encontro com acadêmicos ocorreu ontem, mas novos debates estão sendo programados para breve

A Comissão Nacional da Verdade realizou ontem, no Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro (Palácio Itamaraty) uma primeira rodada de diálogo com historiadores sobre os antecedentes e o Golpe Militar de 1964.

Participaram do seminário os professores Ângela Maria de Castro Gomes, do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas, Daniel Aarão Reis, da Universidade Federal Fluminense, e Maria Celina D´Araújo, da PUC-RJ. Assessores da CNV que atuam com projetos de pesquisa sobre o tema também foram ao encontro com os acadêmicos.

O debate foi organizado e mediado pela advogada Rosa Cardoso, membro da Comissão Nacional da Verdade, que está a frente de um grupo de trabalho da CNV que pesquisa antecedentes e o golpe.

Daniel Aarão Reis, da UFF, afirmou que há uma vasta bibliografia, de diferentes correntes do pensamento, sobre os antecedentes que levaram ao golpe de 1964, mas considera haver um flanco aberto, já que avalia que não há muitas pesquisas sobre o fato de não ter havido uma  reação imediata ao golpe de grupos que apoiavam João Goulart. "As esquerdas se deixaram vencer de forma desmoralizante e fulminante e isso, para mim, não está totalmente esclarecido", disse.

A professora Ângela Maria de Castro Gomes, do CPDOC, da FGV-RJ, sugeriu investigar a violência do processo político desencadeada a partir de 64. Já a professora Celina D´Araújo, afirmou que durante o regime militar instituições do Estado operaram como organizações de terror. Ela defendeu que um dos principais focos da Comissão deve ser a identificação da cadeia de comando das violações de direitos humanos ocorridas na ditadura.

A advogada Rosa Cardoso, membro da CNV, mediou o seminário. Ela coordena grupo que investiga os antecedentes e o golpe militar de 1964. "Vamos buscar informações sobre o contexto em que ocorreu o golpe militar e pontuar essa questão no nosso relatório, mas o foco são as graves violações de direitos humanos praticadas por agentes públicos no período", afirmou.

Segundo Rosa Cardoso, a contribuição da academia é essencial para a Comissão Nacional da Verdade e a aproximação com pesquisadores continuará.

 

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Lívia Mota e Marcelo Oliveira
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