Quarta, 14 de Novembro de 2012 às 11:01

Comissão Nacional da Verdade assina dois novos termos de cooperação com a Ordem dos Advogados do Brasil

Um acordo pretende estimular a criação de comissões da verdade nas seccionais regionais da OAB e o outro estabelece a parceria entre a Comissão da Verdade do Conselho Federal da Ordem e a CNV

A Comissão Nacional da Verdade assinou na noite de ontem dois termos de cooperação com o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, durante evento que homenageou advogados que atuaram na defesa de presos políticos durante a ditadura e que também foram perseguidos pelo regime militar. A cerimônia foi realizada pelo Conselho Federal da OAB em parceria com a Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça.

Com a assinatura desses dois termos, a CNV chega a um total de 17 convênios de cooperação firmados com entidades da sociedade civil em todo o país. O primeiro convênio, com o Conselho Federal da OAB, pretende estimular a criação de comissões da verdade nas seccionais regionais da OAB. Várias seccionais da ordem já criaram suas comissões de verdade e já assinaram termos de cooperação com a CNV.

O outro acordo, firmado com a Comissão Especial da Verdade do Conselho Federal da OAB, pretende oficializar a parceria entre as duas comissões para investigar a atuação dos advogados durante a repressão militar, em especial a situação daqueles que foram perseguidos, exilados ou assassinados.

O representante da CNV na cerimônia, Paulo Sérgio Pinheiro, destacou a importância do reconhecimento ao trabalho de resistência que muitos advogados fizeram durante a ditadura. "Nada mais necessário do que a CNV e a OAB juntos para recuperar a verdade sobre os esforços realizados (por esses advogados) para que o Brasil chegasse à redemocratização", afirmou Pinheiro. 

Ele destacou ainda que o foco de interesse da CNV e da Comissão do Conselho da OAB são também os advogados que foram perseguidos em virtude de suas atividades, consideradas ilícitas pelo regime militar. "Não é só a história dos que foram defendidos, é também a história daqueles (advogados) que foram perseguidos. Tudo aquilo que for relacionado à perseguição a advogados interessa e será investigado pela CNV", declarou.

Também estiveram presentes na cerimônia de ontem a ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário e a coordenadora da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, deputada Luíza Erundina.

HOMENAGEADOS - Os membros da CNV Rosa Maria Cardoso e José Carlos Dias, ambos advogados, foram homenageados durante a cerimônia pelos trabalhos prestados durante o regime militar. Os dois atuaram durante a ditadura na defesa de presos políticos e de pessoas perseguidas pelos militares. A assessora da CNV Nadine Borges recebeu a homenagem em nome de Rosa Cardoso, e o assessor Wagner Gonçalves representou o advogado José Carlos Dias.

Durante audiência pública da CNV realizada no Paraná na última segunda-feira, José Carlos Dias se emocionou ao lembrar do período em que chegou a defender mais de 600 presos políticos, entre oposicionistas e legalistas.

No mesmo horário da homenagem da OAB, em Brasília, Rosa Cardoso participava de ato na Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro em homenagem a militares perseguidos pela ditadura (leia mais em breve no site da CNV). Na ocasião, Rosa defendeu que a Comissão da Verdade fluminense deve ser instalada o mais breve possível pelo governador Sérgio Cabral. A Comissão foi recentemente aprovada pela Alerj, mas os nomes de seus membros ainda não foram indicados. José Carlos Dias, por sua vez, recupera-se de problemas de saúde.

 

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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