Terça, 16 de Julho de 2013 às 16:25

GT Sindical discute detalhes do ato unitário de 22 de julho

rosa cartazNa quinta reunião de trabalho, grupo discutiu os últimos detalhes sobre o ato sindical unitário "A Verdade e a memória dos trabalhadores – Por justiça e reparação"

Os sindicalistas que integram o grupo de apoio ao grupo de trabalho "Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical", da Comissão Nacional da Verdade, se reuniu na manhã de hoje com a coordenadora da CNV Rosa Cardoso, em São Paulo, para debater a pesquisa sobre os 11 pontos que norteiam as pesquisas e os trabalhos do GT. O grupo foi criado há cerca de três meses, e tem como finalidade investigar a "explicita repressão política à classe trabalhadora."

Trabalhadores e representantes de centrais sindicais reivindicaram que o Governo brasileiro reconheça o valor político dos operários e outros trabalhadores no processo de resistência ao regime ditatorial brasileiro, e citaram a greve geral de 83, que completa 30 anos no próximo dia 21. "A greve de 83 foi um golpe fatal na ditadura, foi um acontecimento fundamental para enfraquecer de vez o regime", afirmou Expedito Solaney, representante da CUT.

Cerca de 350 sindicatos foram invadidos às vésperas do golpe militar, em 31 de março de 1964. Líderes sindicais foram presos, torturados e alguns deles seguem desaparecidos, como é o caso de Silvestre Bozzo, integrante do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Papel e Papelão. Estima-se que ao longo de todo o período de repressão, mais de 800 sindicatos tenham sofrido intervenção, monitoramente ou invasão por parte do regime. A previsão é de que o GT possa visitar diversas cidades brasileiras colhendo depoimentos de trabalhadores e sindicalistas que tenham sido vítimas da repressão do regime.

Para a advogada e coordenadora da CNV, Rosa Cardoso, o foco da ditadura era justamente enfraquecer os sindicatos e organizações que lutavam por condições mais justas de trabalho. "Nós sabemos que o grande foco da repressão era tentar evitar os direitos trabalhistas que estavam avançando muito na época. Eles queriam evitar o desenvolvimento de uma república sindicalista, não no sentido de ser uma república comunista, mas no sentido de que os trabalhadores teriam seus direitos garantidos", afirma.

Durante o ato do dia 22, o GT deve apresentar documentos que comprovam que o regime militar, com ajuda de empresas públicas e privadas, monitorava trabalhadores ligados a sindicatos ou à resistência ao regime de exceção. De acordo com Luis Carlos Prates, o Mancha, representante da CSP – Conlutas, "já existem documentos em que consta até que empresas enviavam o mapa de suas instalações para o caso de a ditadura resolver invadir os locais em busca dos trabalhadores. Eles diziam: 'olha, esse fulano fica nessa máquina, esse ciclano fica aqui, vocês podem vir por esse caminho e etc.'." Esses documentos comprovam, na avaliação dos sindicalistas, um esquema constante de cooperação entre Estado e empresas para informação, vigilância e perseguição de trabalhadores.

Em entrevista coletiva concedida após a reunião do GT, alguns representantes sindicais também citaram a necessidade de uma revisão de critérios usados pela Comissão de Anistia para conceder a reparação política aos sindicalistas. "É sabido que os perseguidos políticos receberam diferentes tipos de reparação de acordo com as funções trabalhistas que exerciam à época. Nós não temos essa função de reparação, mas poderíamos fazer uma recomendação, como parte das recomendações deste grupo de trabalho, caso assim fique entendido pela maioria do grupo", concluiu Rosa.

Veja aqui e saiba mais detalhes sobre o ato do dia 22 de julho em comemoração aos 30 anos da Greve Geral de 83

Clique aqui e acesse a página do GT Sindical e conheça os 11 pontos que irão guiar os trabalhos do GT "Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical"

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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