Segunda, 28 de Julho de 2014 às 18:09

CNV inicia segunda semana de depoimentos de agentes da repressão

32078Depoimentos estão sendo colhidos no Arquivo Nacional, sede da CNV no Rio

Dos três agentes da repressão convocados pela Comissão Nacional da Verdade para o mutirão de depoimentos no Rio de Janeiro dois compareceram para prestar declarações: os ex-integrantes do Exército Euler Moreira de Moraes e Ubirajara Ribeiro de Souza. O depoimento de Jacy Ochsendorf e Souza, também previsto para hoje, foi reagendado para amanhã, às 10h.

Na sexta-feira (25/07), Moraes prestou aos peritos da CNV um depoimento sobre casos de tortura e morte na I Companhia da Polícia do Exército da Vila Militar do Rio de Janeiro, local da morte de Chael Charles Schreier e Severino Viana Colou.

Apesar de comparecer, Ubirajara, orientado por sua advogada, negou-se a responder às perguntas da CNV sobre sua participação em torturas e mortes na Casa da Morte de Petrópolis, apontada pela única sobrevivente do centro de tortura, a ex-presa política Inês Etienne Romeu.

Ubirajara disse que confirmaria apenas o que havia dito em depoimento prestado anos atrás ao Ministério Público Militar. A CNV gostaria de saber se Ubirajara conhecia os coronéis Paulo Malhães e Freddie Perdigão Pereira, mas o depoente disse apenas "nada a declarar".

O militar, contudo, reconheceu sua foto com o time de basquete do Ginástico Esporte Clube, de Minas Gerais e pediu desculpas aos colegas de esporte por "aparecer envolvido em coisas dessa natureza". Ao ser perguntado sobre se conhecia o desaparecido Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, Ubirajara nada disse. Segundo Inês Etienne Romeu, Beto, que jogava no Minas Tênis Clube, reconheceu o depoente.

Perguntado se daria uma declaração final à CNV, Ubirajara disse que é acusado há quase 40 anos sem provas.

Ochsendorf foi chamado para prestar esclarecimentos sobre tortura e mortes no Doi-Codi do Rio e sobre a Casa da Morte de Petrópolis. Ele teria, segundo depoimentos e documentos, atuado na farsa montada por militares para simular o resgate do deputado Rubens Paiva por guerrilheiros. Envolvido nos mesmos episódios, seu irmão, Jurandir Ochsendorf, que não foi ao depoimento quando convocado em Brasília, procurou a CNV e será ouvido amanhã, às 11h.

PRÓXIMOS DEPOIMENTOS – Para amanhã (29/07), foram convocados e estão intimados para depor, a partir das 9h:

9h - Nilton de Albuquerque Cerqueira, que prestará esclarecimentos sobre o caso Riocentro, Operação Pajuçara e Araguaia;

10h – Jacy Ochsendorf e Souza – remarcado;

11h - Jurandyr Ochsendorf e Souza - remarcado;

14h – José Benedito Montenegro de Magalhães Cordeiro, que prestará esclarecimentos sobre os desaparecimentos de Nego Fubá e Pedro Fazendeiro (Liga Camponesa de Sapé);

14h - Mauro Magalhães, que prestará esclarecimentos sobre a Casa da Morte de Petrópolis;

15h - Nelson da Silva Machado Guimarães, ex-juiz da 2ª auditoria da Justiça Militar Federal de São Paulo, sobre o que sabe a respeito de graves violações de direitos humanos;

16h – Ailton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães, sobre graves violações de direitos humanos no Doi-Codi do Rio de Janeiro e 1ª Cia da Polícia do Exército da Vila Militar;

16h – Riscala Corbage, sobre sua atuação no Doi-Codi do Rio de Janeiro.

Amanhã também está previsto, às 15h, o depoimento do empresário Humberto Costa Pinto, convidado para depor sobre corrupção envolvendo órgãos e agentes da repressão.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

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