Araguaia - acesse áudios e documentos exibidos pela CNV na audiência sobre a Guerrilha
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A Comissão Nacional da Verdade realizou no último dia 12/08, em Brasília, audiência pública sobre graves violações de direitos humanos cometidas na repressão à guerrilha do Araguaia, um dos episódios mais violentos da ditadura militar, que resultou em prisões ilegais, torturas e dezenas de mortos e desaparecidos políticos na primeira metade dos anos 70. A audiência pública acontece no auditório do CNTC.
Veja os vídeos dessa audiência pública.
Acesse a apresentação da CNV sobre a guerrilha.
Na abertura da audiência, a Comissão Nacional da Verdade fez uma apresentação com informações sobre a investigação que conduz a respeito das graves violações de direitos humanos no Araguaia na qual foram mostrados trechos de depoimentos de militares que atuaram na repressão à guerrilha que apontam que havia ordens para matar os guerrilheiros.
Ouça trechos de depoimentos de militares exibidos na audiência:
Sargento João Santa Cruz Sacramento
Pela manhã, dois ex-guerrilheiros que sobreviveram à guerrilha e às torturas na prisão prestaram depoimento à CNV: Criméia Schmidt de Almeida e Danilo Carneiro. Ela deixou a guerrilha em 1972 com o intuito de dar a luz em São Paulo e foi presa naquela capital. Mesmo grávida, ela foi torturada pessoalmente pelo comandante do Doi-Codi de São Paulo, o então major Carlos Alberto Brilhante Ustra. Depois disso, foi levada para Brasília, onde foi presa e teve seu filho em condições subumano.
Carneiro afirma ter realizado trinta cirurgias para recuperar-se dos danos a diversos órgãos causados pela tortura. Ao final do depoimento, ele chorou ao lembrar-se que seus colegas de cela, em Brasília, cantaram para ele após uma sessão de tortura. Ele foi torturado no Pará e em Brasília.
Quatro militares que protagonizaram a repressão à guerrilha foram convocados pela CNV para prestar depoimento: Sebastião Rodrigues de Moura, mais conhecido como "Major Curió", foi internado ontem à noite no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, e poderá ser ouvido ainda hoje pela CNV no hospital; Leo Frederico Cinelli, que não foi localizado pela Polícia Federal para ser intimado para depor; Thaumaturgo Sotero Vaz, que enviou comunicação à CNV informando residir em Manaus e disse que não poderá arcar com os custos do deslocamento até Brasília, e José Conegundes do Nascimento, que, apesar de intimado regularmente pela PF, não compareceu para depor e não apresentou justificativa.
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