A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.
A Comissão Nacional da Verdade recebeu hoje em Porto Alegre 205 páginas de cópias de documentos arrecadados pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul na casa do ex-coronel Julio Miguel Molinas Dias, ex-comandante do Doi-Codi no Rio de Janeiro, assassinado dia 1º de novembro.
Os documentos se referem ao atentado do Riocentro, em 1981, e há também duas páginas com o termo de entrada do político desaparecido Rubens Paiva na carceragem do Doi, datado de 21 de janeiro de 1971, e que descrevem os objetos apreendidos com ele no ato de sua prisão.
Claudio Fonteles fez um apelo para que acervos privados como o de Molinas Dias sejam entregues à Comissão Nacional da Verdade. "Pedimos que aqueles que têm arquivos particulares os entreguem à CNV. Não é preciso nem se identificar", afirmou.
Segundo Fonteles, os documentos encontrados com o ex-comandante no Doi-Codi são importantes e que o sobre Rubens Paiva é um dos mais simbólicos, pois comprova a prisão do ex-deputado, desmontando a versão do Estado que sempre negou a prisão. "A descoberta quebra a brutal farsa do Estado ditatorial que afirmava que Paiva e outros desaparecidos estavam foragidos", afirmou.
Sobre os documentos do caso Riocentro, Fonteles afirmou que a Comissão deve debruçar-se sobre eles. "Esses documentos serão o fio condutor do trabalho. A partir das referências que esse documento der: nomes, locais, a CNV abrirá suas linhas de investigação", afirmou.
FOTOS: Marcelo Oliveira / ASCOM - CNV
Comissão Nacional da Verdade