CNV recebe mais de 200 documentos de especialista sobre Operação Condor - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Terça, 27 de Novembro de 2012 às 11:09

CNV recebe mais de 200 documentos de especialista sobre Operação Condor

Presidente da ONG Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke afirmou que foi o Brasil quem criou a operação que perseguiu, matou e fez desaparecer oposicionistas dos regimes totalitários do cone sul

A Comissão Nacional da Verdade recebeu na tarde de ontem 205 documentos que, segundo o ativista Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, provam que o Brasil participou ativamente da criação da rede entre os países do cone sul que perseguia, torturava, matava e fazia desaparecer oposicionistas aos regimes ditatoriais da região. "Quem iniciou essa prática foi o Brasil, que a chamava de Plano de Busca Externa", afirmou Krischke.

Dentre os documentos entregues, constam alguns datados do início dos anos 70, período em que a Operação Condor ainda não havia sido oficialmente instituída. "Esses documentos têm o condão de provar, definitivamente, que o Brasil foi o criador da operação Condor", afirmou Krischke, que explicou que ainda que o nome Condor só tenha surgido em 1975, a troca de informações entre os governos para eliminar opositores já existia cinco anos antes.

Os documentos entregues por Krischke narram em detalhes a captura no Brasil de estrangeiros originários de países do cone sul, e apontam listas de argentinos, chilenos e uruguaios perseguidos em seus países de origem, enviadas ao exército brasileiro para que o mesmo fosse feito aqui.

Outro fato grave apontado pelo ativista é que o Brasil continuou a parceria com os organismos de repressão de outros países até 1984, cinco anos após a lei de Anistia e um ano antes da redemocratização. "O Brasil favoreceu que órgãos repressivos viessem aqui fazer buscas, e isso até 84. Ou seja, uma prática que se estendeu", afirmou.

Segundo Rosa Cardoso, os documentos serão analisados com outros já obtidos pela comissão e espelham o que a linha de pesquisa inicial do grupo de trabalho sobre a Operação Condor vinha observando. Segundo a integrante da Comissão Nacional da Verdade, os documentos também poderão ajudar as famílias dos desaparecidos na sua busca pelos corpos e por justiça.

"Todos esses documentos ajudam. Principalmente as vítimas, que têm um olhar, que nós curiosos, pesquisadores, não conseguimos as vezes juntar os fatos; como algumas vítimas ainda vivas, ou familiares que já percorreram locais e documentos, buscando vestígios dessa história", explica Rosa Cardoso.

 

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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