Parceria para esclarecer casos de mortos e desaparecidos na ditadura domina agenda da CNV em Pernambuco - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Segunda, 28 de Janeiro de 2013 às 16:13

Parceria para esclarecer casos de mortos e desaparecidos na ditadura domina agenda da CNV em Pernambuco

cnv 210113Busca conjunta pelo esclarecimento de casos domina agenda da CNV com coletivos da União Nacional dos Estudantes e de Pernambuco

O tema dos mortos e desaparecidos políticos dominou a agenda da Comissão Nacional da Verdade no Recife nos últimos dias 18 e 19. Na sexta, a memória viva de Honestino Guimarães, que presidiu a União Nacional dos Estudantes de 1971 até desaparecer, em 1973, dominou o lançamento da comissão da verdade da entidade. No sábado, a parceria entre a CNV e a Comissão Estadual de Memória e Verdade Dom Hélder Câmara, de Pernambuco, para elucidar esses casos, foi o eixo central da reunião entre os coletivos.

Na sexta, 18, o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles, participou do lançamento da Comissão da Verdade da UNE, cujo principal objetivo é a apuração de mortes e desaparecimentos de estudantes vítimas da repressão do regime militar.

Honestino foi o principal homenageado no lançamento da comissão da verdade da UNE, a qual o ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, foi convidado a coordenar. Quando o sobrinho-neto de Honestino, Mateus Guimarães, discursava sobre a presença do tio na memória da família e a busca incansável de sua avó e de seu pai em busca da verdade, o retrato do líder estudantil, perfilado com o de outros universitários mortos e desaparecidos, despencou do forro do palco do auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco, onde estava afixado. Daniel Iliescu, presidente da UNE, pegou o retrato e o colocou na cadeira principal, como que a presidir a sessão. E estava, de fato, pois sua memória permeou todo o evento.

Fonteles lembrou que foi colega de ginásio (equivalente à segunda metade do ensino fundamental) de Honestino Guimarães, no colégio Elefante Branco, em Brasília, em 1961.

Em seguida, o coordenador da CNV voltou a lembrar que a defesa da democracia é tarefa de todos e conclamou os estudantes presentes a se tornarem "agentes de uma rede permanente de defesa da democracia para que nunca mais se viva o Estado ditatorial militar, torturador e assassino. Essa será nossa grande homenagem aos irmãos e irmãs mortos e torturados: não permitir o retorno ao passado e à ditadura. Essa é a grande homenagem a todos eles", afirmou.

Segundo Fonteles, a Comissão da Verdade da UNE pode ajudar a CNV na sua missão de arregimentar forças em defesa da democracia, estimulando a criação de mais comissões em todas as universidades.

REUNIÃO DE TRABALHO - No sábado, 19, Fonteles teve um encontro de quase duas horas pela manhã com a Comissão Estadual de Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC), de Pernambuco. Durante café da manhã ambas as comissões trocaram informações e documentos, em especial sobre casos de mortos e desaparecidos no Estado.

Além de Fonteles, participaram do encontro o presidente da CEMVDHC, Fernando Coelho, e mais quatro membros da comissão estadual: Manoel Moraes, Nadja Breyner, Roberto Franca e Socorro Ferraz.

No café, as comissões trocaram informações sobre casos de interesse mútuo, como os do Padre Henrique e João Lucas Alves, a respeito dos quais Claudio Fonteles já encontrou documentos no Arquivo Nacional e publicou textos sobre a fase em que se encontram suas pesquisas, já disponíveis no site da CNV.

Já a comissão estadual entregou à CNV a lista dos casos de mortes e desaparecimentos de sua atribuição: casos de pernambucanos mortos em qualquer unidade da federação e de outros nacionais ocorridos em Pernambuco.

"A lista é muito útil para verificarmos no Arquivo Nacional se lá existe material que possa contribuir para os trabalhos da Comissão local", afirmou Fonteles. Segundo o coordenador da CMV, o diálogo com a comissão pernambucana é muito produtivo: "estão sempre conosco, tanto recebendo documentos, como enviando informações para nós", afirmou.

A CEMVDHC também entregou à CNV um exemplar do planejamento estratégico da comissão estadual.

 

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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