CNV identifica 44 casos de "suicidados" para análise - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Segunda, 03 de Junho de 2013 às 12:44

CNV identifica 44 casos de "suicidados" para análise

Comissão usará novas técnicas de perícia para elucidar possíveis fraudes criadas pela ditadura para ocultar a verdadeira causa das mortes

A Comissão Nacional da Verdade identificou 44 casos de "suicidados" pela ditadura, ou seja, de opositores assassinados pelo regime, mas cujos laudos necroscópicos e outros registros, como fotografias do corpo de vítima, por exemplo, apontam inconsistências que indicam que as versões criadas pelo governo de então eram farsas.

A lista de casos foi preparada por peritos, pesquisadores e membros da CNV que integram o GT Graves Violações de Direitos Humanos, que apura casos de mortes, desaparecimentos forçados e tortura. Dos 44 casos de "suicidados", 18 possuem laudos necroscópicos com fotografia do corpo e/ou do local. Todos esses 18 casos serão periciados a luz de novas tecnologias.

Um exemplo é o caso de Luiz Eurico Tejera Lisboa, o Ico, morto em São Paulo em 1972 e enterrado sob o nome falso de Nelson Bueno no cemitério de Perus. Seu corpo foi encontrado com um tiro na cabeça no bairro da Liberdade e o laudo cadavérico e exames de local indicaram na época que foi um suicídio.

Entretanto, os peritos criminais Celso Nenevê, Pedro Luis Lemos da Cunha e Mauro José Oliveira Yared, que têm colaborado com familiares de mortos e desaparecidos políticos e com a Comissão Nacional da Verdade, mediante o uso de novas tecnologias de perícia, analisaram os documentos do caso de Ico Lisboa e encontraram inconsistências nos laudos produzidos pelo regime que comprovam, na avaliação da CNV, que não foi um suicídio.

"Eurico Tejera foi 'suicidado'. Mataram ele. Ele não se suicidou coisa nenhuma", afirma Claudio Fonteles, que coordena o GT ao lado de José Carlos Dias.

OUTRAS PERÍCIAS – O grupo de peritos também está auxiliando a CNV na elaboração de um novo laudo para tirar dúvidas sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitscheck, em 1976. O caso foi trazido à CNV pela Comissão da Verdade da OAB-MG. Investigações conduzidas nos anos 80 e 90 lançam dúvidas sobre a morte. 

Na versão oficial, o Opala em que estava Juscelino foi abalroado por um ônibus e, em seguida, colidiu contra uma carreta. No acidente, morreram o motorista do ex-presidente. 

O trabalho dos peritos foi fundamental, na avaliação de Fonteles, nas apurações da CNV sobre o caso Marighella. Em texto publicado em novembro, o membro da CNV aponta que o laudo pericial "afasta a versão de tiroteio", atribuída pela ditadura ao caso.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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