CNV recebe comitiva do Uruguai - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Sexta, 12 de Julho de 2013 às 19:11

CNV recebe comitiva do Uruguai

IMG 0366Grupo formado por secretária de direitos humanos, antropólogo forense e historiador prestará apoio no caso Jango, mas antes esteve na CNV e falou sobre o processo de Justiça de Transição no Uruguai, na prática

A Comissão Nacional da Verdade recebeu esta semana em Brasília a comitiva uruguaia que veio participar da reunião técnica sobre a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart. O grupo apresentou à Secretaria Executiva e à assessoria da CNV, na última segunda-feira (8), informações sobre o processo de Justiça de Transição no país vizinho.

A comitiva é formada por Graciela Jorge, coordenadora da Secretaria para os Direitos Humanos da Presidência, e por Jose Lopez Mazz, antropólogo forense uruguaio e Alvaro Rico, historiador e cientista político uruguaio, ambos também membros da mesma secretaria.

No Uruguai, o processo de reconhecimento e resgate histórico começou com a Comissão para a Paz, que funcionou entre os anos de 2000 e 2003 com a finalidade de reconhecer o status de desparecidos políticos de centenas de uruguaios que foram perseguidos, sumidos e assassinados pelo regime. As pesquisas a respeito da verdade sobre o desparecimento de cidadãos uruguaios por motivos políticos suscitaram o interesse da população em resgatar a memória histórica e política do país.

Criou-se a Secretaria de Seguimento da Comissão para a Paz, vinculada à Universidad de la Republica (UDELAR). Os trabalhos de pesquisa sobre os desaparecidos foram continuados e aprofundados. Antropólogos forenses e arqueólogos fizeram escavações em busca dos corpos e restos mortais dos mais de 175 uruguaios declarados desaparecidos, dentre eles, 120 que sumiram em território argentino. Cinco corpos foram encontrados e identificados e os trabalhos continuam até os dias de hoje. Além disso, diversas ossadas estão sob análise.

Em sua intervenção, Lopez Mazz destacou que as investigações apontaram para padrões de tortura e de ocultação de cadáveres que se estendiam por todo o território uruguaio.  Ele conta que uma das técnicas usadas para buscar locais usados como cemitérios clandestinos é a análise de imagens aéreas, feitas pelas Forças Armadas do próprio regime.

"A gente, às vezes, não conseguia informações sobre os locais exatos onde os corpos teriam sido enterrados, mas em fotografias áreas víamos áreas reflorestadas de forma perfeitamente homogênea perto da época da redemocratização", afirma o antropólogo. O reflorestamento era feito após os militares terem retirados os corpos e restos mortais dos cemitérios clandestinos, às vésperas da queda do regime autoritário. Testemunhas relatam que vários corpos foram jogados do Rio da Prata durante uma operação que visava eliminar provas das atrocidades cometidas pelos militares uruguaios durante o regime.

A ditadura Uruguai assassinou mais de 150 pessoas contrárias ao regime entre os anos de 1973 a 1985. Outras 100 pessoas foram assassinadas, também por motivos políticos, entre 1968 e 1972, período que antecedeu o regime autoritário oficial.

Desde 2007, a Secretaria de Seguimento da Comissão para a Paz expandiu suas funções e começou a investigar também as estruturas do sistema repressivo, mortes, prisões, torturas e outros tipos de violações de Direitos Humanos cometidas contra opositores. A secretaria de seguimento está passando neste momento por uma reformulação, sendo vinculada à Presidência da República com o nome de Secretaria para os Direitos Humanos da Presidência.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Lívia Mota e Marcelo Oliveira
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