No primeiro dia de Audiência, religiosos depõem para a Comissão da Verdade - CNV - Comissão Nacional da Verdade
Portal do Governo Brasileiro

A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

Banners rotativos Títulos dos banners apresentados
Terça, 17 de Setembro de 2013 às 18:52

No primeiro dia de Audiência, religiosos depõem para a Comissão da Verdade

Quatro religiosos depuseram nesta terça-feira em evento organizado pela Comissão Nacional da Verdade, com o apoio da Comissão da Verdade do Rio. A atividade, que aconteceu no auditório da CAARJ, teve como objetivo traçar um quadro da perseguição política a religiosos que tiveram militância política contra a ditadura militar.

O primeiro depoimento foi de Marcos Arruda, integrante da Ação Católica, e, posteriormente, da Ação Popular. Marcos foi preso mais de uma vez no início da década de 70, e foi diversas vezes torturado. Depois da anistia, criou o Ibase, juntamente com Herbert José de Souza, o Betinho.

Depôs, em seguida, Aída Bezerra, cujo pai era ligado ao PCB, mas que militou na Ação Católica e na Ação Popular. "Eu acho que estar aqui é uma tarefa. Durante muito tempo a minha raiva do Estado era tão grande e condensada que eu não queria saber de nenhuma aproximação. Desde as perseguições ao meu pai, que era do PCB, era um raiva que vinha se acumulando", revelou.

Na parte da tarde, Letícia Contrin, que integrou a Juventude Estudantil Católica (JEC), iniciou os depoimento. Ex-presa política, ela falou sobre a tortura que ela e companheiros sofreram no DOI CODI. "De um certo ponto de vista, não há tortura menor ou maior. Claro que, se eu conversar com o Marcos Arruda, ele é que foi torturado - e comigo foi brincadeira de salão, como diriam os militares. Mas de outro ponto de vista, não existe diferença. Existe simplesmente tortura. É simples, não é diferente", disse.

Em seguida prestou depoimento o pastor Luterano Mozart Noronha, que foi militante da Ação Popular e, posteriormente, foi obrigado a exilar-se.

Por fim, depôs Zwinglio Motta Dias, pastor da Igreja Presbiteriana que teve um irmão, Ivan Motta Dias, preso e assassinado pelos órgãos de repressão.

Amanhã (18), a partir das 9h, o evento continua, com outros cinco depoimentos. Destaque para a participação dos bispos Dom Waldyr, da diocese de Volta Redonda; e Paulo Ayres Mattos, da Igreja Metodista do Rio de Janeiro. À tarde haverá ainda uma homenagem póstuma ao advogado de presos políticos Lysâneas Maciel, ex- deputado federal, que teve seu mandato cassado pela ditadura, e a Herbert de Souza, o Betinho, ex-líder da Juventude Universitária Católica e da Ação Popular durante a ditadura, que tornou-se um líder pelos direitos humanos após seu retorno ao Brasil.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Thiago Vilela

(61) 3313-7324 | O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Acompanhe a CNV nas redes sociais: Facebook, Twitter e Youtube



Comissão Nacional da Verdade