CNV e SDH continuarão buscas por corpos em Foz do Iguaçu - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Quinta, 22 de Maio de 2014 às 09:24

CNV e SDH continuarão buscas por corpos em Foz do Iguaçu

rosa lilianExpedições deverão ser retomadas em agosto

Em Audiência Pública na Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira (21/05), Rafael Schincariol, da Comissão Especial sobre Mortos e Desapararecidos (CEMDP), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, anunciou que a Comissão Nacional da Verdade e a CEMDP realizarão expedições no início do segundo semestre no Parque Nacional, em Foz do Iguaçu, em busca dos corpos das vítimas da chacina ocorrida no parque. "Temos a obrigação legal de não medir esforços para encontrar desaparecidos políticos. Vamos continuar os trabalhos e retomar as expedições junto da CNV", disse.

A audiência, presidida pelo deputado federal Assis do Couto, contou com a presença de Rosa Cardoso, membro da Comissão Nacional da Verdade, representantes da Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SDH-PR), autoridades ligadas à promoção de Direitos Humanos, jornalistas e familiares das vítimas.

Ocorrida na região da fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, em 1974, a Chacina no Parque, como ficou conhecida, foi uma emboscada, organizada pelo Exército, no interior do Parque Nacional. Cinco militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Onofre Pinto, os irmãos Daniel e Joel de Carvalho, José Lavecchia e Victor Ramos e o argentino Enrique Ruggia foram assassinados. Até hoje não foram encontrados seus restos mortais.

Rosa Cardoso, que há dois meses ouviu o coronel Paulo Malhães, militar que assumiu ter participado do caso, revelou que a Comissão já possui provas que levam à autoria dos mandantes da Chacina do Parque, e que o caso poderia até ser levado à justiça pelas autoridades competentes. "O que não temos ainda são os restos mortais, que temos que resgatar e encontrar", afirmou.

Ivan Seixas, coordenador da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva", fez um relato das buscas aos corpos da Chacina no Parque, investigação que acompanha desde 2010. O ex-preso político ressaltou que a CNV nunca deixou de lado as buscas aos corpos e a investigação dos envolvidos. "Para além da importância do caso, eram todos nossos amigos. A cada novo passo, as famílias dos envolvidos são informadas. Não desistiremos até encontrá-los", afirmou.

Aluizio Palmar, autor do livro "Onde foi que vOcês enterraram nossos mortos?", sobre a chacina no Parque, havia questionado a CNV e a CEMDP sobre a atuação no caso, e Ivan e Rosa esclareceram que a CNV não parou com as diligências em Foz. Após audiência em Foz do Iguaçu, em junho de 2013, a CNV ouviu um dos envolvidos na chacina meses depois e percorreu a região novamente. Em março deste ano, questionou Paulo Malhães diretamente sobre o caso. Em abril, a CNV manifestou-se contrária ao projeto de reabertura da estrada do Colono, que corta o parque, por entender que tal medida prejudicaria as buscas.

Juliana Dal Piva, jornalista, reclamou que jornalistas, a CNV e o Ministério Público Federal ainda têm dificuldade em obter informações diretamente das Forças Armadas. A repórter investiga casos como o da Casa da Morte em Petrópolis e a Chacina do Parque, e entrevistou várias vezes o ex-coronel Paulo Malhães, autor confesso da chacina. "Ouvi o Malhães por mais de seis horas. Ele se orgulhava muito de ter trabalhado como agente secreto do centro de informações do exército e de ter trabalhado com infiltrados", afirmou.

Acesse os vídeos da audiência pública no site da Câmara dos Deputados

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

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