Maioria dos convocados pela CNV comparecem para depor no Rio - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Terça, 29 de Julho de 2014 às 18:09

Maioria dos convocados pela CNV comparecem para depor no Rio

Editadas-02 JacyCinco dos oito agentes públicos convocados para depor hoje (29/07) pela Comissão Nacional da Verdade compareceram ao Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. Quatro deles foram ouvidos pela CNV, que decidiu adiar para quinta-feira (31/07), às 15h, o depoimento de Nelson da Silva Machado Guimarães, ex-juiz da 2ª auditoria da Justiça Militar Federal de São Paulo.

Entretanto, dos quatro agentes que prestaram depoimento, apenas o ex-delegado regional de Petrópolis, Mauro Magalhães, que atuou na cidade serrana do Rio no período em que funcionava a Casa da Morte, respondeu questões dos membros da CNV. Ele afirmou que conhecia Paulo Malhães e outros agentes que atuavam em Petrópolis, que o "visitavam de vez em quando para bater papo".

Os irmãos e capitães da reserva do Exército Jacy e Jurandyr Ochsendorf e Souza e o ex-general Nilton de Albuquerque Cerqueira, orientados por seus advogados, se recusaram a responder as questões referentes às graves violações de direitos humanos a eles associadas. A alegação dos depoentes é que pessoas que prestaram depoimento à CNV teriam sido denunciadas pelo Ministério Público Federal.

Os membros da CNV presentes aos depoimentos lamentaram a decisão desses três militares, respeitaram a decisão dos agentes convocados, mas fizeram questão de fazer as perguntas a eles previstas.

A CNV questionou os irmãos Ochsendorf sobre a atuação deles na Casa da Morte e sobre a farsa do falso resgate de Rubens Paiva por guerrilheiros, montada por militares para ocultar o assassinato do deputado sob tortura, no período em que ambos trabalhavam no Doi-Codi do Rio. Cerqueira foi indagado sobre sua participação na Operação Pajuçara, que resultou na morte de Carlos Lamarca, sobre a morte de guerrilheiros no Araguaia e sobre sua participação no caso Riocentro. A resposta deles para todas as questões foi "nada a declarar".

"A posição sistemática desses militares / servidores públicos no sentido de que não têm nada a declarar é muito ruim. É frustrante para a sociedade brasileira, extremamente prejudicial para esses próprios militares e, infelizmente, começa a afetar a imagem e a reputação do Exército e das próprias Forças Armadas de maneira geral", afirmou o coordenador da CNV, Pedro Dallari.

Além dos agentes públicos, compareceu ao Arquivo Nacional, na tarde de hoje, o empresário Humberto Costa Pinto, que foi ouvido pelo membro da CNV José Paulo Cavalcanti Filho de forma reservada.

Costa Pinto procurou a Comissão para depor sobre corrupção envolvendo órgãos e agentes da repressão que atuavam no Instituto do Açúcar e do Álcool e prejudicaram a empresa de comércio exterior de sua família. Para Cavalcanti Filho, as informações prestadas pelo empresário provam "de forma incontestável que a empresa teria sido prejudicada pelo governo militar".

Não compareceram para depor José Benedito Montenegro de Magalhães Cordeiro, que prestaria esclarecimentos sobre os desaparecimentos de Nego Fubá e Pedro Fazendeiro, integrantes das Ligas Camponesas de Sapé (PB), o ex-capitão Ailton Guimarães Jorge, que falaria sobre sua atuação no Doi-Codi do Rio e na PE da Vila Militar e o ex-PM Riscala Corbage, que falaria sobre o tempo que esteve a disposição do Doi-Codi do Rio. Os três apresentaram atestados médicos.

AGENDA – Amanhã (30/07) pela manhã, a CNV colherá o depoimento do brigadeiro Jorge José de Carvalho, que comandou a Base Aérea do Galeão entre 1971 e 1972. Ele será ouvido em sua casa, na zona sul do Rio de Janeiro, em diligência coordenada pelo membro da CNV José Carlos Dias.

Foram convocados para depor no Arquivo Nacional, no Rio, os seguintes agentes da repressão:

10h - general Newton Cruz, para falar sobre o caso Riocentro;
11h – Antônio da Motta Paes Júnior, comandante da Base Aérea do Galeão nos anos de 1973 e 74;
14h – Ary Casaes Bezerra Cavalcanti, comandante da Base Aérea de Santa Cruz entre 1970 e 72;
15h – Cláudio Almeida de Aguiar, vinculado ao Cisa, serviço de inteligência da Aeronáutica;
16h – Irio de Paula Bastos, vinculado ao Cisa, serviço de inteligência da Aeronáutica.

Dos cinco depoimentos no Arquivo Nacional, devem ocorrer apenas os dois últimos, a partir das 15h. Cruz e Cavalcanti contataram a CNV alegando que questões de saúde e idade os impedem de depor. Paes, segundo familiares, está viajando.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

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