Ato relembra a resistência dos trabalhadores do RJ à violência e abusos da ditadura militar - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Sexta, 29 de Agosto de 2014 às 17:10

Ato relembra a resistência dos trabalhadores do RJ à violência e abusos da ditadura militar

33107Trabalhadores de diversas categorias prestaram depoimento e recordaram da repressão cometida pelo Estado contra as organizações sindicais

O Grupo de Trabalho "Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical", da Comissão Nacional da Verdade, em conjunto com a Comissão Estadual da Verdade do Rio (CEV-Rio), realizou, no dia 28 de agosto de 2014, na sede da Central Única dos Trabalhadores, Ato Unitário no Rio de Janeiro, com o intuito de relembrar a resistência de sindicatos e trabalhadores à perseguição e repressão sofridas durante a Ditadura Militar.

O Ato contou com a presença de Rosa Cardoso, integrante da CNV e responsável pelo GT Trabalhadores, Antônio Cândido, da CEV-RJ, além de representantes de diferentes movimentos sindicais.

A atividade principal do evento foi a colheita de testemunhos de trabalhadores de diversas classes sindicais, que sofreram violações de direitos quando lutavam pela garantia dos mesmos durante o regime militar. Durante os depoimentos, foram relembrados casos específicos de violência cometida pelo Estado contra os movimentos e organizações de trabalhadores, como monitoramento, demissões em massa, redução de salários, e ainda desaparecimentos, prisões, torturas e mortes. Destaque para o depoimento de Nilson Carneiro, metalúrgico, que se emocionou ao lembrar de suas 4 prisões durante o regime militar, onde foi torturado quase diariamente.

Belmiro Demétrio, que foi Cabo da Aeronáutica durante a ditadura, contou em depoimento que também sofreu abusos e foi perseguido pelos militares. Em uma carta, repudiou a posição das Forças Armadas, que se negam a reconhecer que ocorreram graves violações de direitos humanos nas instalações militares.

Também foram citadas as conseqüências atuais ocasionadas pela repressão aos movimentos sindicais durante a ditadura, como o forte preconceito ainda existente contra as organizações de trabalhadores do país e a repressão de forma arbitrária e ilegal às manifestações dos movimentos sociais.

Rosa Cardoso enfatizou a importância do trabalho das Comissões da Verdade, afirmando que é preciso reconstruir a história do país reconsiderando um conjunto de ideias a respeito do que foram as graves violações ou crimes de lesa humanidade contra a sociedade e, particularmente, contra os trabalhadores. Afirmou que segundo as normas internacionais sobre direitos humanos as prisões sem mandado e sem comunicação a um juiz, nas circunstâncias em que ocorreram, foram crimes de lesa humanidade. Afirmou que o modo como os trabalhadores ficavam presos também caracterizou o crime de tortura. E que devemos caminhar da verdade para a Justiça.

Os atos unitários têm sido organizados em diferentes regiões do Brasil, com a participação de representantes de todas as centrais sindicais que integram o GT, com o objetivo de dar voz aos integrantes de organizações trabalhistas perseguidas e seus familiares.

 

Assessoria de Comunicação

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