Caso Raul Amaro: CNV vai ao Rio colher depoimentos e percorrer instalações do Exército - CNV - Comissão Nacional da Verdade
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão temporário criado pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, encerrou suas atividades em 10 de dezembro de 2014, com a entrega de seu Relatório Final. Esta cópia do portal da CNV é mantida pelo Centro de Referência Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional.

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Sexta, 19 de Setembro de 2014 às 14:53

Caso Raul Amaro: CNV vai ao Rio colher depoimentos e percorrer instalações do Exército

Raul-Amaro-NinFamiliares de Raul Amaro Nin Ferreira prestam depoimento dia 22; no dia seguinte, a CNV e a CEV-Rio realizarão diligências de reconhecimento no antigo Doi-Codi e no Hospital Central do Exército, onde ele morreu 

A Comissão Nacional da Verdade estará nos dias 22 e 23 de setembro no Rio de Janeiro. Parte das atividades é realizada com a Comissão da Verdade do Rio e está relacionada à investigação do caso Raul Amaro Nin Ferreira. Engenheiro mecânico de formação, ele trabalhava no Ministério da Indústria e do Comércio quando foi preso em 1º de agosto de 1971 por agentes do DOPS. Morreu no dia 12 de agosto daquele ano, aos 27 anos, no Hospital Central do Exército, depois de ter sido torturado no Doi-Codi do Rio e também no hospital.

Familiares de Raul Amaro darão seu testemunho à Comissão Nacional da Verdade e à CEV-Rio na segunda-feira (22), a partir das 14h, no Arquivo Nacional, sede da CNV no RJ. A família produziu um relatório que indica a participação de 17 agentes da repressão na prisão ilegal, tortura e morte de Raul. O relatório, corroborado por um laudo do legista Nelson Massini, realizado a pedido da CEV-Rio e da família, aponta que o HCE foi um dos locais da tortura sofrida pela vítima. 

Além da família de Raul Amaro foi convidado a depor pela CNV o médico Luiz Tenório. O médico foi torturado por uma equipe do DOI do Rio de Janeiro que contou com a assistência do médico militar Ricardo Agnese Fayad, general reformado do Exército. A função de Fayad no DOI e na PE, segundo presos políticos, era verificar se a tortura poderia prosseguir ou se deveria ser interrompida para evitar a morte do interrogado.

Tenório relata ter sido examinado pelo oficial em 72, quando sofria torturas no Doi do Rio. Ele teria sido liberado por Fayad para voltar às mãos dos torturadores. Convocado para depor à CNV, o general Ricardo Fayad compareceu no último dia 8 de setembro perante os membros da Comissão, mas negou-se a responder às perguntas que lhe foram feitas, inclusive as mais simples, a respeito do início de sua carreira militar.

Após os depoimentos, a CNV apresentará seu posicionamento a respeito dos esclarecimentos emitidos sexta-feira pelo Ministério da Defesa e pelas Forças Armadas a respeito de tortura em suas instalações.

Leia o laudo do legista Aníbal Massini sobre o caso Raul Amaro Nin Ferreira.

DILIGÊNCIAS DE RECONHECIMENTO – Na terça-feira (23), a partir das 10h30, a CNV e a CEV-Rio realizarão duas diligências de reconhecimento.

A primeira será no 1º Batalhão de Polícia do Exército, na rua Barão de Mesquita, na Tijuca, quartel que abrigou o Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército, o Doi do Rio, local da tortura e morte do deputado Rubens Paiva e um dos principais centros de tortura do RJ.

Depois, a partir das 15h, a Comissão fará o reconhecimento do Hospital Central do Exército, no bairro de Benfica, local da morte de Raul Amaro Nin Ferreira. Familiares de Ferreira, sobreviventes e testemunhas de graves violações de direitos humanos acompanharão ambas as diligências e darão seus testemunhos in loco aos peritos e assessores da CNV, como já ocorreu no Doi-Codi de São Paulo, Vila Militar do Rio, Base Aérea do Galeão (RJ) e Casa Azul, em Marabá.

Na diligência no HCE também participarão integrantes das Clínicas do Testemunho, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, da Comissão Nacional de Reforma Sanitária e do Conselho Regional de Medicina do RJ, interlocutores com os quais a CEV-Rio tem debatido a questão da utilização do HCE como centro de tortura.

CREDENCIAMENTO – Os jornalistas que quiserem obter informações e acompanhar os depoimentos no Arquivo Nacional precisam se credenciar. As empresas jornalísticas devem informar o nome dos profissionais que irão cobrir as sessões, número de documento de cada profissional, e e-mail do repórter / produtor responsável. Os dados de credenciamento devem ser enviados para O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. até as 8h de segunda-feira, dia 22.

Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação

Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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